Vitamina D e Cancro da mama. Existe relação?

Os estudos científicos de meta-análise demonstraram que os níveis baixos de vitamina D estão associados a um maior risco de poder ter cancro da mama ou colorectal. Não são os únicos. Vários outros tipos de cancro também já estão associados. As pessoas que vivem nas cidades de países desenvolvidos têm níveis baixos desta vitamina. Você sabe como está a sua vitamina D?

A vitamina D é ainda associada apenas à saúde dos ossos. De facto, ajudar a fixar o cálcio é uma das muitas funções que ela tem. Outras funções importantes são por exemplo a indução da diferenciação das células imunológicas (defesa) e o controlo do crescimento celular.

Em resumo, estas são as suas funções principais:

  • Induz a diferenciação celular das células de defesa

  • Previne o crescimento e proliferação de células malignas

  • Retarda o crescimento de células tumorais

  • Impede a angiogénese (que alimenta os tumores)

  • Ativa vários mecanismos de apoptose (suicídio celular)

  • Potencia várias quimioterapias

  • Diminui o risco de metástases

  • Diminui o risco de recidiva

  • Diminui o risco de cancro

 

Níveis baixos de vitamina D estão associados a maior risco de alguns tipos de cancro, como o cancro da mama e o colorectal. A população de Portugal e do Brasil, apesar de serem países de sol, tem deficiência em vitamina D. Assim estão mais sujeitos a sofrerem de cancro.

 

Mas se são países com tanto sol porque há deficiência de vitamina D?

Será que os estudos estão errados? Agora temos todos falta desta vitamina?

 

A resposta é muito simples. A vitamina D pode ser produzida por exposição solar ou obtida por ingestão de vísceras como o fígado. A ingestão de fígado diminuiu drasticamente nas últimas décadas e deixou de ser uma fonte alimentar para a maioria da população. Quanto à exposição solar, deixamos de trabalhar na agricultura ou pesca e passamos a viver em cavernas modernas, prédios com luz artificial. Saímos de casa cedo, ainda o sol não saiu e vamos para o trabalho ou escola de onde só voltamos a sair quando o sol já se pôs. Se estamos no verão, tapamos o corpo com protetor solar para não envelhecer a pele ou por medo do cancro da pele. Não estou com isto a dizer que não devemos ter cuidado com o sol no verão, mas que deveríamos ser mais ponderados sobre o uso do protetor solar e de fazermos mais vida ao ar livre. O ideal, do meu ponto de vista, seria evitar totalmente o sol nas horas de maior radiação e fora delas, aproveitar para carregar o corpo de vitamina D. Nos meses de menor exposição solar, tomar um suplemento de vitamina D seria importante para quem não quer comer fígado.

 

E as fontes vegetais?

As fontes vegetais são poucas, fornecem ergosterol que é transformada por exposição solar em ergocalciferol (vitamina D2) que tem menos afinidade pela DBP (proteína transportadora de vitamina D no sangue) do que  a colecalciferol (vitamina D3). Além disso, os níveis sanguíneos de 25OH-Vitamina D podem não aumentar com a ingestão de ergosterol. Os vegetarianos devem aumentar a exposição solar ou tomar um suplemento de vitamina D3.

Fontes: Scientific Reports (Nature). 2018 Dec 13;13(12):e0209033.  American Journal of Preventive Medicine. 2007 Mar;32(3):210-6.

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